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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

(3) - A crise, o pessimismo e a escassez

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Vivemos em uma crise. Uma crise econômica, política. Uma crise energética, uma crise ecológica - vazamento de petróleo no oceano [1], uma futura escassez de água potável, aquecimento global, etc. Pode-se dizer que a viagem pelo questionamento filosófico científico do mundo passa pelo total pessimismo...

Segundo a Física já há muito estabelecida, temos limitações quanto ao uso da energia, de acordo com as leis da termodinâmica, particularmente a segunda lei. Sendo a limitação de fato inevitável, é preocupante que não seja uma das bases da economia. Podemos dizer que há uma quantidade finita de energia acessível, que uma vez utilizada (dissipada), torna-se inacessível para todo o sempre, pois o processo é irreversível (a entropia do sistema sempre aumenta). Levada ao pessimismo mais extremo (e à longo prazo) o que a lei da entropia diz é que estamos todos fadados a uma morte entrópica do sol, um esgotamento total de nossa fonte de energia. Deixando, porém, as hipérboles de lado, ainda assim, podemos considerar que as atividades humanas são excessivamente entrópicas, levando a um aumento acelerado da entropia planetária, algo realmente escandaloso de não ser levado em conta nas teorias econômicas. Na universidade um bom professor me apresentou o trabalho de um economista que levou isso em consideração, Nicholas Georgescu-Roegen. Considerado o Thomas Malthus moderno, alertou como perigoso era ignorarmos uma lei básica da natureza ao fabricarmos uma teoria econômica.
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Afinal o que é economia?? A raiz da palavra economia pode ser traçada de volta à palavra grega οικονομία, "aquele que administra um lar", derivada de οικος, "casa", e νέμω, "distribuir (especialmente administrar)". Não é de se estranhar que ecologia tenha a mesma raiz de economia. A economia deveria ser a ciência que nos ajudaria a usar sabiamente os recursos de que dispomos, no entanto é uma corrida desenfreada pelo lucro e obcecada pelo crescimento. Não é necessário ser economista nem nenhum gênio para se dar conta de que, num ambiente finito, o crescimento exponencial e eterno só pode levar ao esgotamento natural e à destruição.

Continuando no viés pessimista temos o Clube de Roma, desde 1972 alertando para a crise e os limites do crescimento, o fim do petróleo, etc. Mais de uma geração se passou e em 1992 tivemos no Rio de Janeiro a ECO-92 e novamente o tempo passou e nem mesmo conseguimos cumprir as metas do Protocolo de Quioto [2]. Certamente temos mais petróleo para no mínimo 100 anos, considerando a produção atual, mas será que insistir numa tecnologia que usa um recurso finito, não renovável, mal distribuído, muitas vezes de difícil acesso (como no pré-sal), de extração custosa, poluente e venenoso à vida, ainda é nossa melhor opção? Ou será que um dia sequer foi? Já não morreram muitos, já não se complicou suficientemente o cenário geo-político, já não se fomentou ódio suficiente entre as nações? Embora extremamente lucrativo segundo os modelos da nossa ciência econômica – que como falamos, perdeu sua conexão com a realidade, com a natureza física [3] – o uso do petróleo como fonte de energia é uma atividade extremamente entrópica e, com ou sem aquecimento global, só nos leva mais aceleradamente ao estado de morte entrópica e destruição da vida no planeta, principalmente a vida humana.

Enfim, chamemos o paradigma pessimista de o Paradigma da Escassez [4], reconhecido séculos atrás por Malthus, e bem claro nos dias de hoje com a crise, como ao longo da história, onde prevaleceu a idéia de que não havia o suficiente para todos e que os povos deveriam ser inimigos e lutar entre si para garantir os recursos.

Nem tudo são espinhos, pois se olharmos para alguns homens do passado poderemos encontrar neles a inspiração para um novo paradigma, que pode ser, aliás, algo bem mais próximo do modo como a natureza realmente funciona...

Notas:
[1] este artigo começou a ser escrito pouco depois dos vazamentos no Golfo de México causado pela British Petroleum.
[2] novamente, este artigo está atrasado. Foi escrito antes da Rio+20. No entanto, continua atual, pois, com exceção da cúpula dos povos, que foi uma demonstração do maior envolvimento da população e dos movimentos sociais e ambientalistas, no campo político governamental o impasse permanece.
[3] falaremos mais sobre os erros da economia e como seria uma economia ligada à natureza em artigo oportuno.
[4] o conceito de Paradigma da Escassez será ampliado também em artigos posteriores.

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